Os impactos no agronegócio brasileiro derivados da invasão da Ucrânia pela Rússia podem favorecer um novo olhar para recursos que temos disponíveis, mas que ignoramos por comodismo ou burrice.
Quem é esta “tal” Ucrânia?
Situada no Sudeste da Europa, a Ucrânia é o segundo maior país do continente, ficando atrás apenas da Rússia. Antes de qualquer coisa, é preciso entender porque Rússia e OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte – querem tanto a Ucrânia. Veja esta lista de motivos que ninguém menciona:
- 1° lugar na Europa em reservas recuperáveis de minérios de urânio;
- 2° lugar na Europa e 10° lugar no mundo em de reservas de minério de titânio;
- 2° lugar no mundo em reservas de manganês (2,3 bilhões de toneladas, ou 12% das reservas mundiais);
- 2° maior reserva de minério de ferro do mundo (30 bilhões de toneladas);
- 2° lugar na Europa em reservas de mercúrio;
- 3° lugar na Europa em reservas de gás de xisto (22 trilhões de metros cúbicos);
- 4° no mundo pelo valor total dos recursos naturais;
- 7° lugar no mundo em reservas de carvão (33,9 bilhões de toneladas);
- 1° na Europa em área de terra arável;
- 1° lugar no mundo em exportações de óleo de girassol;
- 2° lugar no mundo na produção de cevada;
- 3° maior produtor e 4° maior exportador de milho do mundo;
- 4° maior produtor de batatas do mundo;
- 5° maior produtor de centeio do mundo;
- 8° lugar no mundo em exportações de trigo;
- 1° lugar na Europa na produção de amônia;
- 4° maior sistema de gasodutos de gás natural da Europa no mundo (142,5 bln metros cúbicos de capacidade de produção de gás);
- 3° maior da Europa e 8° maior do mundo em capacidade instalada de usinas nucleares;
- 4° maior exportador de turbinas para usinas nucleares do mundo;
- 4° maior fabricante mundial de lançadores de foguetes;
- 4° lugar no mundo em exportações de titânio;
- 10° maior produtor de aço do mundo (32,4 milhões de toneladas).
Ou seja, é um país muito importante na economia global.
O Brasil tem muitos negócios bilaterais tanto com a Ucrânia, quanto com a Rússia, principalmente dentro do agronegócio. Aliás, a visita do ex-Presidente à Rússia foi uma tentativa de harmonizar os conflitos com a China, uma das mais importantes aliadas da Rússia. E, claro, tentar garantir o mínimo de fornecimento de insumos vindos destes países, para a produção de fertilizantes químicos, fundamentais para o agronegócio brasileiro. O conflito entre Rússia e Ucrânia tem impactos no agronegócio brasileiro. Para ter uma ideia mais clara, em 2021 foram importados:
- Ureia 1,3 milhão de toneladas, US$ 1,2 bilhão;
- Nitrato de amônio, 1,4 milhão de toneladas;
- Nitrogênio, fósforo e potássio, 967 mil de toneladas;
O Brasil também vende para estes países, principalmente para a Rússia. De soja, por exemplo, foram 768,2 mil toneladas em 2021, ou seja, US $343,2 milhões.
No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou uma “operação militar especial” a que o mundo chama de guerra e bombardeou a Ucrânia. Embora o conflito pareça localizado, já tem impactos no agronegócio brasileiro e, principalmente, na geopolítica global. Isto sem mencionar os riscos de sanções internacionais que podem recair sobre o Brasil, depois da visita do ex-Presidente à Rússia.
Percebeu como o conflito entre Rússia e Ucrânia gera impactos no agro e na economia do Brasil? Então some a isto as sanções internacionais sobre a Rússia, que impedem outros países de negociar com ela; considere também a visita do ex-Presidente, neste momento de conflito, em que sinalizou em seus discursos, apoio à Rússia, colocando-se como “persona duvidosa” diante dos países da OTAN, com os quais o Brasil tem alianças.
Conseguiu mensurar o resultado de tudo isso? E o agronegócio brasileiro, um dos principais no impulsionamento do PIB do país, é o mais afetado. Considerando os reflexos do agro sobre toda sociedade e economia do Brasil, as perspectivas são preocupantes! Como assim? Vou lhe explicar.
O que acontece com o agronegócio brasileiro se o conflito entre Rússia e Ucrânia se intensificar
Como você pode ver neste artigo, o conflito entre Rússia e Ucrânia impacta diretamente e com mão pesada, o Brasil. E um dos setores mais afetados é, sem dúvidas, o agronegócio.
Com as sanções internacionais, a primeira commodities que tem o preço disparado é o petróleo. Como a Petrobrás segue as variações do mercado internacional, já se pode esperar um aumento sem precedentes no preço dos combustíveis, o que implica diretamente nos preços dos alimentos. Mas não é só isso.
Os principais produtos que o Brasil importa da Rússia, são matéria-prima fundamental para a produção de fertilizantes agrícolas. Aliás, o verdadeiro motivo da visita do ex-Presidente à Rússia, mesmo em conflito, foi garantir, custe o que custar, o fornecimento de nutrientes derivados do nitrogênio, potássio e fosfatados para o agro brasileiro.
No ano passado estes insumos já fecharam o ano com preços nas alturas e mesmo assim, com baixa oferta no mercado. Com o conflito Rússia x Ucrânia, pode-se esperar uma crise nunca vista neste setor. Afinal, sem fertilizantes o agro não tem perspectiva de produção.
Os impactos no agronegócio devidos à guerra
A guerra na Ucrânia pode ter impactos significativos no agronegócio brasileiro, pois o Brasil é um grande importador de fertilizantes químicos, e a Ucrânia é um dos principais fornecedores desses insumos.
A Ucrânia é um grande produtor de potássio, um dos principais nutrientes necessários para o crescimento das plantas, enquanto o Brasil é um dos maiores importadores desse mineral. Além disso, a Ucrânia também é um importante produtor de ureia, fertilizante nitrogenado amplamente utilizado na agricultura.
Com a guerra em curso na Ucrânia, pode haver interrupções na produção e na exportação de fertilizantes químicos, o que pode levar a escassez de oferta e aumento dos preços. Isso pode afetar negativamente o agronegócio brasileiro, aumentando os custos de produção e reduzindo a rentabilidade dos produtores.
Além disso, a dependência do Brasil de fertilizantes químicos importados destaca a importância de investir em tecnologias de fertilização mais eficientes e sustentáveis, como a adubação orgânica e a rotação de culturas, a fim de reduzir a dependência de insumos químicos importados e melhorar a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
É possível o agronegócio se desviar dos impactos dessa crise e aproveitar para lucrar mais
O Brasil é um gigante, não só territorialmente falando, mas em autonomia em todos os sentidos, sendo, por isso, necessárias as relações comerciais com outros países. Se tivéssemos uma política voltada à soberania nacional, crises como esta ao invés de nos “sitiar”, seriam um motor propulsor para grandes negócios.
- COMO DIMINUIR OS CUSTOS COM FERTILIZANTES QUÍMICOS E AUMENTAR A LUCRATIVIDADE NO AGRONEGÓCIO
- COMO TORNAR UMA FAZENDA AUTO SUSTENTÁVEL COM O GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
- O MAIOR BIODIGESTOR DO MUNDO
Alguns produtores rurais de grande porte, já defendem derrubar a Amazônia para explorar os depósitos de fosfato que existem no subsolo da floresta. Uma irracionalidade absoluta! Primeiro porque se a floresta for derrubada, compromete diretamente o agro que a devasta dizendo buscar salvação.
Sem a Floresta Amazônica, automaticamente, as chuvas que irrigam o centro-oeste e o sudeste do Brasil, deixariam de existir. Assim, as terras de plantio se tornariam um grande deserto. Então quem poderá nos salvar?
Embora sejam seculares, os biodigestores são pouco ou nunca mencionados nas discussões que buscam soluções para o agro. Isto acontece porque a indústria dos fertilizantes químicos se tornaria desnecessária, se os produtores investissem nessa tecnologia em substituição aos insumos industrializados que, além de caros, são altamente tóxicos.
Veja bem, um biodigestor automatizado leva em média 9 meses entre projeto, construção e funcionamento. É alimentado com matéria orgânica, dejetos de animais, restos de comida, cascas, podas e até mesmo esgoto urbano. Ou seja, matéria-prima não falta no Brasil!
Tudo o que é resíduo orgânico é alimento para um biodigestor que faz a decomposição desses resíduos sem oxigenação. Pela biodigestão anaeróbia são produzidos da matéria lixo orgânica:
- Energia elétrica;
- Energia térmica;
- Biogás (que pode ser usado para veículos e gás de cozinha;
- Biofertilizantes.
Se o Brasil investir em biodigestores, numa crise como esta, em que a guerra entre países produtores de grãos causa desabastecimento no mercado, teríamos exportações recordes para o mercado internacional. Ou seja, ao invés de reféns de conflitos como este, seríamos os salvadores do mundo.
Quais as vantagens dos biofertilizantes
Os biofertilizantes proporcionam não só uma nutrição funcional para o solo, mas também fisiológica e biológica, sendo muito mais eficientes que os fertilizantes químicos industrializados, e totalmente atóxicos. Isto porque:
- Liberam os nutrientes de forma mais lenta e mais compatível com o que a plantação precisa;
- Ajudam a manter a umidade do solo;
- Melhoram a estrutura orgânica do solo;
- Previnem a erosão do solo;
- Possuem menor custo quando comparado aos demais tipos de adubos;
- Não envenenam seres vivos nem contaminam o meio ambiente.
Contudo, é óbvio que as poderosas multinacionais não têm interesse algum na popularização dessa tecnologia. Investem bilhões em publicidade, dias de campo, e até mesmo na especialização de engenheiros agrônomos que difundem seus produtos.
Contudo, diante da situação que presenciamos hoje, dado o conflito entre Rússia e Ucrânia, está mais do que clara, a urgência de nos libertarmos dos fertilizantes químicos. Com certeza implantar biodigestores é uma medida mais rápida e eficaz do que derrubar a Amazônia para extrair fosfato.
Você não sabe quem procurar para uma consultoria sobre a viabilidade de biodigestores? O Virapuru Training Center tem treinamentos e uma lista dos mais bem treinados consultores para agilizar a independência e autonomia de produção na sua propriedade!