O Brasil é o país que mais compra fertilizantes químicos no planeta. Até agosto de 2021, o volume das importações apresentou um aumento de 28,3% comparado com o mesmo período de 2020. Especialistas e analistas do agronegócio alertam ainda, para uma variação significativa nos preços destes fertilizantes. Portanto, este cenário impactará diretamente o lucro líquido dos agricultores.
Vale ainda ressaltar que os fertilizantes químicos são altamente tóxicos.
Isto posto, surgem inúmeras perguntas acerca dos fertilizantes químicos. Por exemplo, o que influencia nos preços dos adubos e fertilizantes químicos? Ou ainda, é possível declarar alforria dos fertilizantes importados? Vejamos então, como alcançar a sustentabilidade no agronegócio, através de alternativas, como, os biofertilizantes.
O que são fertilizantes químicos?
Fertilizantes químicos são substâncias químicas aplicadas ao solo para aumentar a quantidade de nutrientes disponíveis para as plantas. Estes produtos químicos são formulados para fornecer nutrientes específicos, como nitrogênio, fósforo e potássio, e são normalmente formulados como líquidos, granulados ou pós.
Estes fertilizantes químicos são usados com frequência para aumentar a produção de alimentos, mas também são usados para manter o tamanho e a saúde das plantas em áreas urbanas e paisagísticas. Os fertilizantes químicos também podem ajudar a reduzir a poluição dos recursos hídricos, pois ajudam a reter o nitrato e o fósforo no solo.
Devemos fertilizar o solo para garantir que as plantas obtenham os nutrientes necessários para crescer. Quando os nutrientes estão presentes no solo, as plantas podem absorvê–los e usá–los para crescer e se desenvolver. Sem fertilizante, as plantas não conseguem obter os nutrientes necessários para sobreviver. Além disso, a fertilização do solo pode ajudar a manter a sua saúde, assim como a saúde das plantas. O solo fértil também pode ajudar a evitar a erosão do solo, ajudar a manter a umidade no solo e ajudar a prevenir a poluição dos recursos hídricos.
Por que adubos e fertilizantes químicos custam tão caro?
Em 2021, os valores gastos com fertilizantes químicos ultrapassaram, com tranquilidade, os US 795 por tonelada. Segundo dados do Comércio Exterior do Ministério da Economia, só em agosto deste ano o volume importado chegou a 4,326 milhões de toneladas de adubos ou fertilizantes químicos. Isto significa US $1,575 bilhões desembolsados. Sem dúvida, o aumento das áreas de cultivo influenciaram também neste cenário.
Além disso, neste mesmo ano, os preços destes insumos aumentaram cerca de 250%! Nesse sentido, os preços dos fertilizantes químicos estão pesando cada dia mais nos bolsos dos produtores rurais. Esta alta desenfreada de preços se dá por conta de insumos importados, que estão submetidos à oscilação do mercado internacional. Consequentemente, diante da desvalorização do real frente ao dólar, o preço cobrado por esses produtos simplesmente triplicou. O que, sem dúvidas, já sinaliza a escassez destes produtos.
Somando-se a este cenário, como efeito colateral da pandemia, houve ainda uma redução da oferta de fertilizantes químicos para a agricultura. Em vista disto, a produção agrícola brasileira está ameaçada! Portanto, a situação caminha para que nem todos tenham condições de garantir suas demandas. Sejam eles pequenos ou grandes produtores.
A situação preocupa desde produtores, até o Governo. Por isso, o governo brasileiro tenta evitar a escassez correndo atrás de alianças com a China e Bielo-Rússia. Mas ainda que consolide contratos para o fornecimento dos insumos mais necessários, como, potássio, ureia e fosfato, não há como garantir preços estáveis. Pois além do fortalecimento do dólar, ainda existem acordos internacionais, sanções e a demanda de compra dos Estados Unidos que também pressionam a alta dos preços.
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Mas, enquanto se debate o que fazer, passam despercebidas as soluções altamente eficazes e acessíveis, a saber, os fertilizantes orgânicos, ou biofertilizantes, para os quais o Brasil tem pleno potencial de produção. Os biofertilizantes são uma alternativa muito eficaz aos fertilizantes químicos.
O que são Biofertilizantes?
A palavra “biofertilizante”, significa: “bio” = vida e “fertilizante” – o que fertiliza ou fecunda. Assim, juntando as duas palavras, pode-se dizer que biofertilizante “é a fertilização por meio da vida”.
Na prática, biofertilizantes são produtos feitos com substâncias naturais, ao contrário dos fertilizantes quícos, que atuam no metabolismo das plantas. Ademais, promovem melhor nutrição e maior produtividade. Uma vez que melhoram o sistema radicular, o crescimento vegetativo, a floração e o surgimento dos frutos. Além de contribuírem, também, para um melhor desenvolvimento dos frutos e grãos.
Comprovadamente, biofertilizantes têm qualidade superior a insumos químicos. Portanto, garantem produtividade, lucratividade e sustentabilidade no agronegócio.
Com relação à constituição dos substratos que produzem os biofertilizantes, sua origem pode ser variada, uma vez que os biofertilizantes são resultantes da fermentação de material orgânico. Assim, estes ingredientes podem ser oriundos de sobras ou resíduos gerados nas propriedades. Podemos citar, esterco, leite, caldo de cana, cinzas, aparas de grama, podas, restos e cascas de alimentos. Deste modo, ao analisar a composição dos biofertilizantes é possível encontrar:
– Nutrientes – nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, zinco, molibdênio, ferro, manganês, cobre e outros mais;
– Hormônios – substâncias que ajudam o desenvolvimento e a resistência das plantas;
– Álcoois e fenóis – substâncias que ajudam as plantas a desenvolverem suas células;
– Microrganismos benéficos – seres que ajudam nos processos de defesa das plantas e na disponibilização de nutrientes.
Por tudo isso, os biofertilizantes colaboram ainda para que as plantas consigam superar condições adversas e extremas ao seu desenvolvimento, como falta de água ou temperaturas elevadas. E os biofertilizantes melhoram a nutrição do solo evitando a desertificação, ainda funcionando no controle de pragas.
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Infelizmente, por falta do gerenciamento adequado, os resíduos das propriedades rurais, acabam sendo desperdiçados. Ao invés de serem beneficiados, transformando-se em biofertilizantes, o que acaba resultando é a poluição dos solos e das águas. Dessa maneira, contribuindo negativamente para para a mitigação do aquecimento global.
Como se libertar dos fertilizantes químicos importados e alcançar a sustentabilidade no agronegócio?
Após tantas informações positivas acerca dos biofertilizantes, muitas questões devem ter surgido sobre como produzi-los. Dentre estas, vamos solucionar aqui, algumas das mais frequentes indagações: quanto tempo leva para ser produzido? Ou ainda, qual seria a quantidade suficiente para suprir minha demanda? Estas questões podem parecer muito complexas, mas, na verdade, não são!
Com a utilização de biodigestores automatizados, é possível alcançar uma escala de produção contínua. Na Alemanha, por exemplo, esta tecnologia já é utilizada há muito tempo e com total sucesso. Ainda que uma propriedade não gere resíduos suficientes, é possível cultivar plantas de potencial energético para complementar o processo.
Resíduos orgânicos de propriedades rurais formam a matéria-prima ideal para garantir a independência do agronegócio brasileiro. Além disso, um biodigestor leva em média, três meses para ficar pronto. E, no máximo seis meses para estar em pleno funcionamento. Acrescentemos também que nos biodigestores automatizados existe ainda o controle da temperatura. Isto garante a produção durante o ano inteiro, independente das condições climáticas.
Portanto, é dessa maneira que os biodigestores zeram os custos com fertilizantes químicos. Além de também produzirem energias térmica e elétrica e biogás. Este último, o biogás, por sua vez, pode ser usado como combustível para veículos e gás de cozinha, substituindo combustíveis fósseis. Sem falar que ainda gera créditos de carbono cotados em euros no mercado internacional.
Podemos então dizer que biodigestores comerciais automatizados significam solução viável, sustentável e lucrativa. Daí a pergunta: por que não estão no topo dos debates quando o assunto é energia, fertilizantes químicos e problemas para redução da emissão de carbono e outros gases? Afinal, com uma única tecnologia resolvemos três problemas. O que se gasta por ano importando produtos químicos dolarizados daria para implantar alguns biodigestores comerciais no Brasil.
Não perca a oportunidade de zerar seus custos com fertilizantes químicos, escapando da escassez e dos altos preços da importação destes produtos.