A crise dos fertilizantes químicos no agronegócio pode nem ser ruim. Na verdade, ela é boa. Entenda como, pensando fora da caixa.
O agronegócio é uma potência muito valorizada na economia nacional – “Agro é pop, agro é top, agro é tudo”- repetem as propagandas na mídia. Responsável pela produção de alimentos, o setor tem enfrentado muitos desafios para se manter produtivo.
Um deles é o alto custo dos fertilizantes químicos que vêm de fora do país. Com a desvalorização do Real e a dolarização do mercado, os custos da produção agropecuária foram sentidos no bolso dos produtores. E a invasão russa na Ucrânia sinaliza com o risco de faltar fertilizantes químicos ninguém sabe até quando.
O Ministério da Agricultura estuda formas de reduzir o impacto que isso vai causar não só no agronegócio. Segundo Carlos Goulart, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, “a Pasta tem acompanhado e monitorado os efeitos nas cadeias de suprimento. O cenário é real de eventual falta de fertilizantes para as safras seguintes”.
Goulart afirmou também, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que esta situação deve se perpetuar e vai exigir planejamento da cadeia nacional. Ou seja, mais um problema muito sério em que fertilizantes químicos importados ocupam o centro do palco.
Fertilizante químico: devorador dos lucros no agronegócio
O agronegócio lida com uma contradição que precisa ser reparada; os super fertilizantes químicos importados que garantem a produtividade no campo, são, exatamente, os vilões que consomem boa parte dos lucros dos produtores rurais.
Para ter uma ideia mais clara sobre os absurdos nos preços desses produtos no mercado internacional, vou lhe dar um norte. Atualmente, suplementos nitrogenados, fosfatados e potássicos ultrapassaram a marca de 800 dólares por tonelada!
E mesmo com os preços “pela hora da morte”, os fertilizantes químicos ocupam o segundo lugar nas importações de todos os produtos pelo Brasil. Só no 1º semestre de 2021, foram US$ 2,068 bilhões gastos com esses insumos agrícolas.
Isto significa que 13 milhões de toneladas entraram no país em apenas 6 meses! Como são indispensáveis para manter ou aumentar a produtividade, às vésperas de nova safra, os agricultores questionam: qual será o melhor momento para comprar esses insumos? Mesmo sem questionar preços, haverá fertilizante químico para ser comprado?
Mais crise à vista no agronegócio
A instabilidade nos preços dos fertilizantes químicos importados e a ameaça de não conseguir encontrá-los para compra, não são os únicos problemas previstos para o nosso “agro tudo”. A crise no abastecimento de água e de energia, também pode causar enormes prejuízos.
Imagine fazer uma colheita recorde de grãos, por exemplo, soja. Tudo já nos silos automatizados, aguardando o caminhão encostar para ser, enfim, transportado até o comprador. É só alegria!
Mas por falta de energia os silos automatizados não conseguiram cumprir seu papel e um navio inteiro de soja é devolvido por conta de grãos úmidos, em condições impróprias para industrialização.
Qual o tamanho do prejuízo para o produtor?
Somando esses fatores: preços absurdos de energia, falta de água e o peso do dólar sobre os preços dos fertilizantes que sumiram do mercado, como o agro pode se manter seguro? Se o agro bambear, os reflexos na economia podem ser fatais para muitos segmentos.
Vai faltar fertilizante químico?
A solução para a escassez de fertilizantes químicos pode ser totalmente resolvida com a utilização de biofertilizantes.
O Ministério da Agricultura vem estudando formas de reduzir os prejuízos que a falta de fertilizantes prevista pode causar. Uma das possibilidades é estreitar relações com a China, a fim de manter a demanda ao menos do potássio, pois 85% do volume consumido no Brasil é importado.
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Enquanto o governo se prende ao problema do agronegócio, indústrias e demais cadeias produtivas correm atrás de resolver outro grande problema: o desabastecimento de energia.
Mas existe uma forma de resolver todas essas dores com uma única tecnologia. Embora quase nunca mencionados e, possivelmente, fora dos debates, os biodigestores automatizados conseguem solucionar com plenitude a escassez de fertilizantes e de energia elétrica.
Entre projeto, construção e instalação, um biodigestor leva três meses para ficar pronto e 6 meses para o funcionamento pleno. Além disso, é alimentado por resíduos orgânicos dos mais variados gêneros. Dessa forma, proporciona a destinação final ambientalmente adequada dos resíduos orgânicos com 100% de aproveitamento dos seus produtos.
Vantagens dos Biodigestores automatizados para o agronegócio
- Aproveitamento de todos os resíduos orgânicos produzidos na propriedade;
- Produção de biogás;
- Produção de energia elétrica;
- Produção de biofertilizantes;
- Geração contínua de biogás, energia e biofertilizantes, independente de intempéries climáticas.
Eficácia dos Biofertilizantes na agricultura
Os biofertilizantes proporcionam não só nutrição funcional para o solo, mas também fisiológica e biológica, sendo muito mais eficientes que os fertilizantes químicos industrializados, porque:
- Liberam os nutrientes de forma mais lenta e mais compatível com o que a plantação precisa;
- Ajudam a manter a umidade do solo;
- Melhoram a estrutura orgânica do solo;
- Previnem a erosão do solo;
- Possuem menor custo quando comparado aos demais tipos de adubos;
- Não envenenam seres vivos nem contaminam o meio ambiente.
A solução para estes problemas que já impactam a vida dos brasileiros é mais simples e mais eficiente do que foi sugerido até agora. Até mesmo porque biodigestores automatizados, depois de instalados e colocados em funcionamento, geram energia e os melhores e mais potentes fertilizantes, independente de condições climáticas ou geográficas, ou relações internacionais.
Significa independência de sistemas e autonomia para produzir mais e melhor, seja em que segmento for. Isto sem falar que ainda existe a venda dos créditos de carbono, que são cotados em euros e pagos por países poluidores como forma de incentivo para redução de emissão de carbono!